Simon Birmingham, ministro das finanças, comércio e senador australiano, se pronunciou sobre as penalidades causadas por um provável dumping que deixaram os exportadores de vinhos da Austrália com um mercado para exportação inviável.
As tarifas impostas pela China para o vinho australiano farão os preços triplicarem, tornando as exportações praticamente inviáveis para os fabricantes de vinhos.
O Ministério do Comércio a China disse que sua pesquisa sobre a importação chegou a conclusão que o vinho australiano estava afundando a produção doméstica, causando problemas irreversíveis para o país.
A China recebe cerca de 37% das exportações de vinho da Austrália, sendo maior mercado de exportação desse produto, gerando um valor maior que U$ 800 milhões.
Taxas fazem exportadores pressionarem o governo australiano.
As ações da Treasury Wine Estates, uma conhecida produtora de vinhos australiana, despencaram 11,25% na manhã seguinte ao anúncio das taxas, antes mesmo de a empresa conseguir interromper as negociações de suas ações.
Essa mudança também recai sobre as cervejas e um impasse antigo que viu outras commodities com restrições ou atrasadas nos portos da China.
Pelo menos 60 navios cargueiros com carvão australianos, não foram autorizados pelo governo chines, estão esperando há mais de um mês para descarregar, seguem “estacionados” na costa chinesa.
Birmingham seguiu dizendo: “O impacto das imposições do governo da China contra uma série de indústrias australianas deu origem à percepção de que essas ações estão sendo realizadas em resposta a alguns outros fatores”.
O ministro da Agricultura, David Littleproud, disse que o governo da Austrália continuará protegendo os fabricantes do vinho contra as tarifas “absurdas”.
“Estamos tentando ter um entendimento do raciocínio que levou essa determinação em impor essas tarifas”, disse Littleproud.
O Ministério chines anunciou que as tarifas supostamente temporárias, de 107% a 212% começam a valer a partir do fim do mês, sem data ou prazo para término.
“Depois de pesquisar o caso, o ministério do comércio realizou uma investigação minuciosa seguindo as leis e regulamentos relevantes da China e as regras da OMC e, que por isso, foi tomada a decisão preliminar citada”, argumentou o ministério.
O ministro australiano Littleproud disse que o país ainda tinha 10 dias para poder apelar sobre a decisão e que convocaria uma reunião sobre a crise da indústria do vinho para definir quais os passos que deveriam ser tomados.”
A embaixada da China declarou na semana passada que os ministros de seu país não atenderiam seus colegas australianos até que a Austrália parasse de atuar como se fosse uma ameaça estratégica do país asiatico. O governo chinês ainda divulgou uma lista de queixas contra o país da oceania, que inclui a negação do investimento chinês por motivos de segurança nacional e a exagerada interferência na política chinesa entre outros.
O tesouro australiano será, provavelmente, o mais afetado pelas imposições.
Por volta de 40% dos ganhos vêm de vendas é dominado pelo mercado chinês, onde o mais reconhecido produtor australiano Penfolds Grange, é bastante requisitada.
Mas não é a primeira vez que esse tipo de restrição acontece, a empresa também sofreu no passado por alegações de que vinha forçando suas marcas de vinhos mais baratos aos atacadistas chineses, insistindo que eles os comprassem uma certa parcela caso quisessem obter sua cota de Penfolds Grange. O que a Austrália vem negando qualquer tipo de irregularidade.
Enquanto isso, os navios presos na costa da China, geram custos de dezenas de milhares de dólares todos os dias, esperando por uma autorização do governo chines para poder atracar e descarregar a carga.
Ainda em agosto, o serviço de notícias da gigante de mineração Argus estimou o custo de manter os navios parados, o montante depende do tamanho do navio, mas fica entre US $ 17 mil e US $ 22 mil por dia.
Seguindo os contratos padrões usados por essa indústria, os custos são arcados pelo cliente.