A ordem da economia mundial teve uma transformação significativa com a entrada da China na Organização Mundial do Comércio para 2021. Porém, a China sempre teve seu sistema de finanças com máximo controle e bem restritos quando o assunto era a saída e entrada de dinheiro, mesmo sendo o país com mais fábricas em todo o mundo. O desejo do mercado financeiro mundial sempre foi de ter reciprocidade, mas sempre foi um progresso arrastado.
Com isso, a aquisição de investidores estrangeiros no mercado de títulos de US $ 15 trilhões, concretizado em 2020 assim que a China fechou o círculo completo com a entrada nos três maiores índices mundiais, pode ser o nascimento de uma nova economia mundial, como a sua entrada na OMC.
Reação dos fundos de pensão
Os fundos de pensão mundiais, que já não conseguiam crescer o rendimento em um globo de crescimento de pouca expressão, agora vão ter acesso a uma dívida governamental segura que cumpre um pagamento de mais de 4%. E se as autoridades levarem a sério as promessas de abertura, juntas com um plano de cinco anos da liderança Chinesa (2021-25) programado em outubro, os investidores da China terão, em um período não muito distante, a oportunidade bem mais fácil adquirir ações de empresas como Nike, Starbucks ou Apple. Não somente seus tênis, cappuccino e telefones. Os chineses terão a oportunidade de se se juntarem ao seu governo, que já a um certo tempo é um grande consumidor de ativos no exterior, como uma grande fonte de financiamento.
O diretor da empresa inglesa de consultoria Eurizon SLJ Capital, Stephen Jen comentou: “- Os Chineses passarão de uma grande exportadora de produtos e bens para exportadora de capital., com efeitos colaterais bem significativos para o mundo todo”
Os que fazem parte do mercado não acham que essas mudanças sobre a alocação dos ativos façam os rendimentos de títulos aumentarem em outro lugares, mas esse investimento vai ter que vir de alguma fonte. O que pode acontecer é como está acontecendo no Japão.
Inclusão do Japão e consequências como exemplo
Investidores estrangeiros possuíam mais de 12% dos títulos do governo japonês e mais de 30% dos títulos do Tesouro até o meio do ano de 2020. Cerca de um quarto dos títulos do governo da região do euro são detidos por investidores fora da união monetária. Al-Hussainy, analista sênior da Columbia Threadneedle comentou sobre essa comparação: “Temos uma grande quantidade de JGBs e títulos europeus e muito disso é um peso morto”.
Possíveis consequências esperadas
Já com relação ao resto do mundo, a junção financeira da China pode trazer mudanças nunca antes nem pensadas, assim como a entrada do país no comércio global. Sua potente força de mão de obra e trabalho fez com que os produtos ficassem mais acessíveis para todo o mundo, mudando a maneira de se consumir e a vida de milhões. Mas também fechou fábricas em cidades manufatureiras, como a pequena cidade ao norte da Inglaterra, Michigan, trazendo consequências políticas e sociais que ainda refletem nos dias de hoje.
De qualquer jeito, essa nova mudança de mais de trilhões de dólares de capital que agora também cruzarão os mares vai beneficiar muitos, mas também poderá deixar muitos a deriva ao redor do globo.